sábado, 19 de abril de 2008

Mais eu

Sob as torturas
do mundo esquecido
visão ampla
colorido, sofrido, amigo, tempo perdido
mas nada se perdeu.
Volto para o espelho
me vejo, versejo, engrandeço
todo canto
Revolto
Meu espelho
Mais maduro como fruto sazonado
Pronto a cair na vida
Pronto a ver a liberdade
Só ver...
Encostar que é bom.
NADA!
Eu ainda vejo o espelho
mais mulher
sem muleta na travessia
mais mulher
Do próximo encontro
mais crescida.
E eu ainda sei brincar.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Aniversário

"No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...

Pára, meu coração!
Não penses!
Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!..."
Álvaro de Campos

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Invisibilidade

O livro "Cabeça de Porco" tem altos e baixos, capítulos super interessantes, outros chatos pra "dé déu", mas eu resisti e li. Eu refleti muito sobre o que nós fazemos de invisível: Os moradores de rua e todos que têm "cara suspeita".É, eu odeio não os enxergar e hoje (02/04/08) estive de frente com a realidade da cidade violenta sempre lida, mas nunca vivida. Fui assaltada e pensando no que li, na discriminação que a classe média imagina, fazendo de real o irreal, tentei reverter o caso, tentei conversar e só fez piorar e intensificar as ameaças. Sofri o real e entreguei nada. O que foi pior. Meu novo lema: "Rio de Janeiro: Onde a boa é não sair de casa".
Beijos nervosos!
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